Equilíbrio Postural em Crianças com Deficiência Intelectual

Autores

  • Eros de Oliveira Junior Unopar, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Exercício Físico na Promoção da Saúde. PR, Brasil
  • Paulo Ricardo Soethe Unopar, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Exercício Físico na Promoção da Saúde. Faculdades do Centro do Paraná. PR, Brasil.
  • André Felipe Veronez Paixão Unopar, Curso de Educação Física. PR, Brasil
  • Fabiana Dias Antunes Irmandade da Santa Casa de Londrina, Instituto de Ensino, Pesquisa e Inovação. PR, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.17921/2447-8938.2018v20n2p140-145

Resumo

Resumo

Crianças com deficiência intelectual podem apresentar problemas estruturais e de maturação ligados ao sistema nervoso central, vestibular e proprioceptivo, sendo caracterizados pela escolha da estratégia motora e de equilíbrio postural inadequadas ou em atraso para a sua idade cronológica. Este estudo objetivou avaliar o equilíbrio postural em crianças com deficiência intelectual. Trinta crianças de ambos os sexos, com idade entre 7 a 13 anos, foram divididas em dois grupos, sendo quinze com deficiência intelectual (grupo DI) e quinze com desenvolvimento típico (grupo controle GC). O equilíbrio postural foi avaliado sobre a plataforma de força BIOMEC400 em apoio bipodal e unipodal. Os seguintes parâmetros de equilíbrio, baseados no centro de pressão (COP), foram analizados: área de elipse do COP, velocidade de oscilações do COP e frequência de oscilações do COP, nas direções antero-posterior (AP) e médio-lateral (ML). Os parâmetros de equilíbrio baseados no COP mostraram diferenças significativas entre os grupos em apoio bipodal para a velocidade média AP (DI=2,56; GC=3,55; p=0,02) e ML (DI=2,58; GC=3,59; p=0,03) e para frequência média AP (DI=0,53; GC=0,77; p=0,008). No teste em apoio unipodal, a frequência média AP foi a única variável a apresentar diferença significante entre os grupos (DI=0,85; GC=1,06; p=0,03). O grupo de participantes com deficiência intelectual apresenta, tanto em apoio bipodal como unipodal, resultados semelhantes ou superiores ao grupo controle. Estes resultados mostram que a deficiência intelectual não influenciou o equilíbrio postural estático em crianças de 7 a 13 anos.

Palavras-chave: Sistema Nervoso Central. Cinestesia. Criança.

Abstract

Children with intellectual disability may present structural and maturation disorders associated with the central nervous system, proprioceptive and vestibular system. These children are characterized by the inappropriate choice or dalayed response in motor strategy and postural balance for their chronological age. The purpose of this study was to evaluate the postural balance in children with intellectual disability. Thirty children of both sexes, aged between 7 and 13 years, were divided in two groups, fifteen with intellectual disability (group ID) and fifteen with typical development (control group CG). The postural balance was evaluated based on the force platform BIOMEC400 in bipodal and unipodal support. The main balance parameters analyzed were: ellipse area of the pressure center (COP), mean velocity and mean frequency of COP oscillations, in both directions of the movement anteroposterior (AP) and mediolateral (ML). The balance parameters based on COP revealed significant differences between the groups in bipodal support to the mean velocity AP (ID=2,56; CG=3,55; p=0,02) and ML (ID=2,58; CG=3,59; p=0,03) and to mean frequency AP (ID=0,53; CG=0,77; p=0,008). In the unipodal support test, the mean frequency AP was the only that showed significant difference between groups (ID=0,85; CG=1,06; p=0,03). The intellectual disability group achieved in both bipodal and unipodal support, similar or better results than the control group. These results indicate that the intellectual disability did not influence the static postural balance in children from 7 to 13 years old.

Keywords: Central Nervous System. Kinesthesis. Child.

Referências

APA-American Psychiatric Association. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, DSM-5. Porto Alegre: Artmed; 2014.

Krebs P. Mental retardation. In: Winnick J.P. Adapted physical education and sport. Champaign: Human Kinetics Publishers; 2000. p.111-26.

Nabeiro M. Análise do comportamento de arremessar em diferentes tarefas realizadas por crianças portadoras de síndrome de Down. Campinas. Dissertação [Mestrado em Educação Física] - Universidade Estadual de Campinas; 1993.

Sugden DA, Keogh JF. Problems in movement skill development. Columbia. University of South Caroline Publishers; 1990.

Roberton MA. Motor development in learning disabled children. In: Gottieb J, Strichart S. Developmental theory and research in learning disabilities. Baltimore. University Park; 1981:81-107.

Shumway-Cook A, Woollacott MH. Controle motor: teoria e aplicações práticas. São Paulo: Manole; 2003.

Luoto S, Aalto H, Taimela S, Hurri H, Pyykko I, Alaranta H. One-footed and externally disturbed two-footed postural control in patients with chronic low back pain and healthy control subjects. A controlled study with follow-up. Spine 1998;23:2081-89.

Horak FB. Postural orientation and equilibrium: what do we need to know about neural control of balance to prevent falls? Age Ageing 2006;35(2):ii7-ii11. doi: 10.1093/ageing/afl077.

Shumway-Cook A, Woolacott MH. Dynamics of postural control in the child with Down syndrome. Phys Ther 1985;65(9):1315-22.

Gimenez R. Atividade física e deficiência intelectual. In: Greguol, M e Costa RF. Atividade física adaptada: qualidade de vida para pessoas portadoras de necessidades especiais. Barueri: Manole; 2013;78-129.

Mickle KJ, Munro BJ, Steele JR. Gender and age affect balance performance in primary school-aged children. J Sci Med Sports 2011;14:243-8. doi: 10.1016/j.jsams.2010.11.002.

Wiacek M, Hagner W, Hagner-Derengowska M, Bluj B, Drozd M, Czereba J, Zubrzycki IZ. Correlation between postural stability and strength of lower body extremities of women population living in long-term care facilities. Arch Gerontol Geriatr 2009;48(3):346-9. doi: 10.1016/j.archger.2008.02.019.

Winter DA, Patla AE, Prince F, Ishac M, Gielo-Perczak K. Stiffenss control of balance in quiet standing. J Neurophysiol 1998;80(3):1211-21. doi: 10.1152/jn.1998.80.3.1211.

Gimenez R, Manoel EJ, Oliveira DL, Basso L. Combinação de padrões fundamentais de movimento: crianças normais, adultos normais e adultos portadores da Síndrome de Down. Rev Bras Educ Fís Esp 2004;8(1):101-16.

Wiseman DC. Physical education for exceptional students: Theory to practice. Albany: Delmar; 1994.

Guedes DP, Lopes CC, Guedes JERP. Reprodutibilidade e validade do Questionário Internacional de Atividade Física em adolescentes. Rev Bras Med Esporte 2005;11(2):151-58. doi: 10.1590/S1517-86922005000200011.

Rosendo da Silva RC, Malina RM. Nível de atividade física em adolescentes do Município de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública 2000;16(4):1091-97. doi: 10.1590/S0102-311X2000000400027.

Carmeli E, Bar-Yossef T, Ariav C, Levy R, Liebermann DG. Perceptual-motor coordination in persons with mild intellectual disability. Disabil Rehabil 2008;30(5):323-9. doi: 10.1080/09638280701265398.

Mao HY, Kuo LC, Yang AL, Su CT. Balance in children with attention deficit hyperactivity disorder-combined type. Res Dev Disabil 2014;35(6):1252-58. doi: 10.1016/j.ridd.2014.03.020.

Damme TV, Simons J, Sabbe B, van West D. Motor abilities of children and adolescents with a psychiatric condition: A systematic literature review. World J Psychiatry 2015;5(3):315-29. doi: 10.5498/wjp.v5.i3.315.

Nickel LR, Thatcher AR, Keller F, Wozniak RH, Iverson JM. Posture Development in Infants at Heightened vs. Low Risk for Autism Spectrum Disorders. Infancy 2013;18(5):639-61. doi: 10.1111/infa.12025.

Lloyd M, MacDonald M, Lord C. Motor skills of toddlers with autism spectrum disorders. Autism 2013;17(2):133-46. doi: 10.1177/1362361311402230.

Fournier KA, Kimberg CI, Radonovich KJ, Tillman MD, Chow JW, Lewis MH, Bodfish JW, Hass CJ. Decreased static and dynamic postural control in children with autism spectrum disorders. Gait Posture 2010;32(1):6-9. doi: 10.1016/j.gaitpost.2010.02.007.

Memari AH, Ghanouni P, Gharibzadeh S, Eghlidi J, Ziaee V, Moshayedi P. Postural sway patterns in children with autism spectrum disorder compared with typically developing children. Res Aut Spectrum Disord 2013;7(2):325-32. doi: 10.1016/j.rasd.2012.09.010.

Barroso AS, Prudente COM. Avaliação do equilíbrio de crianças com Síndrome de Down. Revista Movimenta 2013;6(3):505-12.

Drowatzky JN, Educacion física para niños deficientes mentales. Buenos Aires: Editorial Médica Panamericana; 1973.

Solomon AH, Pangle RV. The effects of a structured physical education program on physical, intellectual and self-concept development of educable retarded boys. Nashville. Monograph nº 4. Institute on Mental Retardation and Intellectual Development Behavioral Science; 1966.

Teixeira VSSL. Entendendo os portadores do TDAH. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Distúrbios da Aprendizagem). Centro de Referência em Distúrbios de Aprendizagem. São Paulo; 2008.

Dilli JM, Livinalli EF, Ribeiro AJP. Capacidades motoras em deficientes intelectuais: uma proposta voltada ao tênis de mesa. EFDesportes.com, Revista Digital. 2013;18(186).

Rai A, Sadeghi H, Bagherli J. The effects and sustainability of self-talk and focus of attention with an 8-week training program on the balance in educable mentally-retarded female students (7-15 years old). J Nov Appl Sci 2015;4(6):694-702.

Gorla JI, Rodrigues JL, Pereira VR. Avaliação e intervenção na educação física para portadores de deficiência mental. Arq Apadec 2002;6(1):15-9.

Downloads

Publicado

2018-06-30

Como Citar

1.
de Oliveira Junior E, Soethe PR, Paixão AFV, Antunes FD. Equilíbrio Postural em Crianças com Deficiência Intelectual. J. Health Sci. [Internet]. 30º de junho de 2018 [citado 27º de abril de 2024];20(2):140-5. Disponível em: https://journalhealthscience.pgsscogna.com.br/JHealthSci/article/view/6166

Edição

Seção

Artigos